youtu.be/H5e3Ec4Fseo Modern Monetary Theory - MMT
Todos os economistas foram surpreendidos pela crise econômica de 2007-2008. Macroeconomistas, Analistas e especialistas em finanças mundiais, só tinham um consenso: a economia batera no fundo do poço e não se sabia como ela iria sair de lá. Dez anos após a crise, a sua solução ainda não foi compreendida pelos cidadãos comuns; mesmo entre bacharéis em economia ou graduados em áreas correlatas, não se sabe bem qual foi a alternativa implementada para a saída da crise. Esta ignorância faz sustentar uma ideia mágica, mística do funcionamento da economia como se ela fosse organizada por forças místicas como faz supor a ideia liberal da "Mão Invisível do Mercado". Tudo se passa como se as decisões planejadas e implementadas fossem algo espontâneo, somente sujeitas à "austeridade" das políticas neoliberais. Entre os economistas que se dedicam, entretanto, ao estudo das políticas implementadas pelos Bancos Centrais dos países desenvolvidos, sabe-se que uma dessas políticas fora a "policy QE" (Quantitative Easing) ou política da flexibilização quantitativa (em tradução livre). Esta política "QE", consistira em socorro aos bancos comerciais endividados pela crise, por decisão e deliberação dos Bancos Centrais, através de um artifício financeiro: os Bancos Centrais ofereciam um "prêmio" aos bancos comerciais (sob a forma de "taxa de juros especiais") se esses bancos comerciais aceitassem manter suas "reservas" acima das "reservas obrigatórias" por termo pactuado. Com este artifício, a "base monetária" da economia aumentara, e muito, sem nenhuma pressão inflacionária, contrariando a lei da "teoria quantitativa da moeda" até então crida como imutável pelo mainstream monetarista ortodoxo e neoliberal.
A Modern Monetary Theory vem debatendo esta política "QE" desde sua origem. Inadvertidamente, a questão da restrição financeira dos Governos que possuem moedas soberanas, está no centro das discussões e propostas do MMT. Conforme o magistério do economista André Lara Resende, "(...) a teoria monetária ensinada nas escolas de economia ainda não foi revista para refletir a realidade da moeda fiduciária". ("A superstição do déficit", in: Jornal Valor, 18.04.2019).
Instrui o MMT que "moeda é um título de dívida do Estado que é utilizado como contrapartida das dívidas tributárias. Esta compreensão ganhou sentido desde quando a confiança (fidúcia) substituiu o valor físico dos pesos em ouro e prata do antigo regime (Bretton Woods), - quando vigorava o padrão-ouro. "Desde 1971, os países desenvolvidos, abandonaram a paridade da moeda do padrão-ouro. Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Alemanha, França, Bélgica, Itália, Holanda Japão e Suécia, deram um ‘cavalo de pau’ na economia e formaram um novo “valor central”, iniciava-se, na realidade, o padrão dólar.("NUNES, N.B., "ECONOMIA POLÍTICA". (Ebook Amazon)). Ainda segundo Lara Resende (artigo citado acima), "(...) O padrão-ouro ... foi definitivamente sepultado ... quando os Estados Unidos acabaram com a conversibilidade do dólar, mas o ensino das questões monetárias, do funcionamento do sistema financeiro e do papel do Banco Central, não se adaptou à nova realidade".
Embora o título "Modern Monetary Theory", Teoria Monetária Moderna, se apresente como novo, aqui, no Brasil, já era apontado em círculos herméticos, que me consta, desde 1984, quando o Professor Aloísio Araújo, datilografava seus estudos sobre o conceito "overlapping generations", proposto por Samuelson, P.A., "An Exact Consuption-loan Model of Interest with or Whitout the Social Contrivance of Money". JPE 1958; 66, 467-82.